Gênero e Sindicalismo: o que muda com esse conceito

O termo Gênero foi um conceito construído socialmente, buscando compreender as relações estabelecidas entre os homens e as mulheres; os papéis que cada um assume na sociedade e as relações de poder estabelecidas entre eles.

Representar as mulheres é muito difícil, pois, na lógica, nós homens penamos nesta missão. Logo digo que vocês mulheres já estão bem representadas e quando digo isto, reafirmo que tamanha responsabilidade se pode dividir em partes iguais ou superiores.

Há algum tempo assisti a um filme que retratava a greve de 1968 nas fábricas da Ford em Dagenham (Reino Unido), que interrompeu a produção enquanto as mulheres protestavam contra a discriminação sexual e lutavam por aumentos salariais. Segundo especialistas, foi uma ação decisiva para que o parlamento britânico aprovasse o projeto de Paridade Salarial, de 1970.

Para muitos a trama trata-se de um tributo à coragem das mulheres dispostas a correr riscos para obter a igualdade entre os sexos no ambiente de trabalho. Uma curiosidade: houve até suicídio por parte de alguns maridos que não teve a mesma força e coragem de suas esposas.

Na sociedade capitalista persistiu o argumento da diferença biológica como base para a desigualdade entre homens e mulheres, que eram vistas como menos capazes que os homens. O direito de propriedade passou a ser o ponto central, assim, a origem da prole passou a ser controlada de forma mais rigorosa, levando a desenvolver uma série de restrições à sexualidade da mulher. Cada vez mais o corpo da mulher pertencia ao homem, seu marido e senhor. O adultério era crime gravíssimo, pois colocava em perigo a legitimidade da prole como herdeira da propriedade do homem.

Quando a igualdade de gênero se coloca, cresce o espaço da democracia dentro da espécie humana. A democratização efetiva da sociedade humana passa pela discussão das relações de gênero, neste sentido a luta das mulheres não está relacionada apenas aos seus interesses imediatos, mas aos interesses gerais da humanidade.

Também é importante ressaltar que com a instituição do Código Eleitoral Brasileiro em 1932, foi disciplinado o voto da mulher, mesmo que sendo facultativo já foi um grande avanço na luta pelos direitos de igualdade.

Graças à força e à garra feminina, a mulher foi ganhando espaço e conquistando seus direitos na sociedade, embora com um pouco de preconceito ainda. Hoje são reconhecidas em pé de igualdade, em todo e qualquer lugar, inclusive nos meios sindicais e políticos. As mulheres lutam por melhores condições de trabalho e pela igualdade E isso, podemos observar no grande número de mulheres presentes nas entidades sindicais, envolvidas nos movimentos e nas lutas sindicais, independente de gênero, idade, raça ou cor.

Dionésio Alves de Souza

Presidente do SEAAC de Araçatuba e Região

 

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